segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Castelo de Medos



E por medo de amar, ele o trancou. Condenou- o a reclusão perpétua em um castelo de medos, rancores, desilusões, cercados de águas turbulentas, sonhos despedaçados por momentos que jamais se eternizaram. Pobre coração choroso, sedento de vinho, faminto de pão. O mesmo pão que alimenta os loucos; sim, aqueles que amam. No silêncio de seus medos, seu coração medita dia e noite, sobre o sol que brilha lá fora. Anseia ardentemente o ouvir das correntes que o prende, cair pelo chão que hoje pisa vagarosamente, de um lado a outro. Seu corpo o mantém preso, mas seu coração tem vontades próprias. Desejo e medo travam duras batalhas diárias e sangrentas. Entre os visitantes que assistem tudo a espreita, murmúrios quase que imperceptíveis dão regência a uma unica pergunta: - Até quando?

(Por Robson Silva)

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